segunda-feira, 10 de julho de 2023

                                  PASSAGEM DE NÍVEL COM MADEIRA
 



Nas ferrovias, a maioria das passagens de nível utiliza trilhos paralelos aos trilhos principais. Existem também com asfalto, concreto, paralelepípedos. E há as de madeira, que eram mais comuns no passado. 

Por isso, existem diversas formas de fazer essas passagens. Pode ser com lâminas de estireno, com massa acrílica, com cimento, com epóxi , etc., etc. Mas vou explicar como faço com lâminas de madeira balsa, facilmente encontrada em lojas de modelismo.


Materiais e ferramentas:

1 – lâmina de madeira balsa de 1 mm

2 – Cola Super Bonder

3 – Pó Xadrez marrom

4 – Régua metálica

5 – Estilete

6 – Ponteiro ou prego fino

Existem diversas formas de fazer a passagem de nível. Pode ser com lâminas de estireno, com massa acrílica, com cimento, com epóxi , etc., etc., Mas vou explicar como faço com lâminas de madeira balsa, facilmente encontrada em lojas de modelismo.

A lâmina que uso é de 1 mm.

Inicialmente faça um gabarito para cortar todas as lâminas da mesma largura e comprimento. Nessa minha passagem de nível o comprimento era de 7 cm, uma rua estreita, portanto.

O espaço disponível entre trilhos é de 16 mm. Como a espessura do flange é de menos de 0,5 mm, temos de cobrir com madeira (pranchas) aproximadamente 15 mm entre os dois trilhos.

Como vou usar 4 pranchas, determinei uma largura de 3,5 mm para cada prancha.( Veja foto do gabarito). A madeira balsa é muito dócil ao estilete, portanto extremamente fácil de ser preparada.

Como vou usar 4 pranchas, determinei uma largura de 3,5 mm para cada prancha.( Veja foto do gabarito). A madeira balsa é muito dócil ao estilete, portanto extremamente fácil de ser preparada.



Pegue 3 lâminas compridas (7 mm) e corte-as ao meio (3,5mm

Na sequência faça quatro pedaços de 1,75mm


Junte todos os pedaços, 6 de 3,5 mm e 4 de 1,75 e coloque-os numa solução de pó Xadrez marrom com álcool. Deixe por aproximadamente 5 minutos. O uso do álcool é para facilitar a secagem.  Tire as pranchas da solução e seque-as com toalha de papel ou guardanapo.


Em seguida vá colando as pranchas no local definitivo com Super Bonder, intercalando-as como está mostrado na foto abaixo.


Com um pequeno ponteiro ou prego, faça furos nas pranchas seguindo o alinhamento dos dormentes, para simular os preços que fazem a fixação das duas partes.


Usando o pó Xadrez, a seco, e um pequeno pincel macio, aplique o pó com bastante intensidade sobre as pranchas.



Tire o excesso de pó Xadrez com os dedos ou com um guardanapo. O resultado final é o que você vê na foto abaixo.


Numa outra passagem de nível utilizei uma escova de cerdas de aaço para frisar a madeira. O resultado foi bem satisfatório.


A minha intenção é mostrar uma forma  bem simples de fazer a passagem de nível.  O conjunto pode ser melhorado colocando uma ou duas pranchas do lado de fora, em ambos os lados dos trilhos, e assim por diante.

Na sequência o modelista ferroviário pode inserir as marcas de pneus nas pranchas e no asfalto no local onde os veículos trafegam. Dá para melhorar muito. O que mostrei acima é o básico, o “caminho das pedras”.

O que vale mesmo é a criatividade de cada ferromodelista em adaptar os materiais e as técnicas à sua necessidade.











 


terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

 PONTE RETIFICADORA PARA CONTROLE DC 

"Um pouquinho de eletrônica"
A Maquete das Crianças é bem simples, mas não é porque é "simples" que deva ser "avacalhada".
Ela tem um circuito oval e duas linhas independentes que vão para a oficina de locomotivas. No circuito oval há um trecho que pode ser desligado para estacionar uma locomotiva, enquanto que com uma outra faz-se manobras para estacionar na oficina.
No circuito elétrico coloquei interruptores para as linhas independentes e para o trecho a ser isolado no circuito oval, além de uma chave geral.
Para sinalizar se a linha está ativa ou desligada coloquei um led em cada chave.
Lembramos que o led é um diodo emissor de luz que permite a passagem de corrente num único sentido. Sendo assim, mesmo com o led ligado corretamente, quando invertermos o sentido de circulação dos trens no controlador Frateschi (DC, não esqueçam!), o led não se acenderá, mesmo estando a chave ligada.
Como resolver isso? Como fazer com que o led acenda em todas as vezes que alimentarmos o trecho isolado, independentemente de que sentido estiver o controlador?
A solução é usar, no circuito, um retificador de corrente que vai permitir que o led sempre fique acesso quando o trecho isolado for alimentado.
Usei uma ponte de retificação TS4B05G de 600V e 4 amperes, que é um abuso se levarmos em conta que o led necessita de ínfimos amperes para brilhar. Custou apenas 3 reais.
O circuito é esse da foto anexa. Parece complicado, mas não é. Nele aparece apenas um trecho do circuito oval devidamente interrompido para poder mostrar a utilização da ponte retificadora com a chave liga-desliga.
Não sou um profundo conhecedor de eletrônica, mas para essas pequenas coisas, consigo quebrar o galho. Tanto que o circuito está funcionando perfeitamente...



terça-feira, 18 de maio de 2021

LASTRO PARA MAQUETES

LASTRO PARA MAQUETES Quantidade em quilo e em litro (por metro linear) Recebi diversas vezes correspondências me perguntando quanto se gasta de lastro em um metro de trilho. Nunca soube responder porque nunca havia medido. Como ontem me fizeram novamente a pergunta resolvi tirar esse assunto de letra de uma vez por todas... Comecei montando um metro de trilho sobre uma tábua para facilitar a aplicação e as medidas.
Para aplicar o lastro usei esse aplicador que comprei pela internet.
Como lastro usei dois tipos de pedras: a da Woodland Scenics, Fine Ballast, B1372, que serve para escala N e HO. A Woodland tem três medidas para essa pedra, conforme foto abaixo.
Na foto abaixo à esquerda a embalagem (shaker) da Woodland e à direita as pedras produzidas pela Dubbas de Curitiba, para escala HO, que as tem disponíveis em diversas cores em embalagens de 950 gramas..
PREPARANDO PARA AS MEDIÇÕES Posicionei a caixinha bem no início do trilho e a enchi primeiro com o lastro da Woodland.
A aplicação foi muito fácil, com uma boa distribuição das pedras, produzindo um resultado quase pronto. Meu único trabalho foi tirar um pouco de lastro que estava sobre os dormentes (2ª foto)
MEDIÇÃO: Na medição encontrei os seguintes resultados para o lastro da Woodland : 34 gramas, com 55 ml.
Em seguida fiz a aplicação do lastro produzido pela Dubbas, e o resultado visual foi este:
A granulação é bem maior, o que dificulta um pouco a aplicação uma vez que o espaço entre a base do aplicador e os trilhos é mais adequado para lastro da escala N. Mas o resultado, como se pode ver, também foi satisfatório. MEDIÇÃO: Na medição encontrei os seguintes resultados para o lastro da Bubbas : 106 gramas, com 55 ml.
Então, além de diferentes granulações o que diferencia os dois lastros é o peso. Ao comprar esse material é importante que se leve isso em consideração.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

 

TÚNEL NA MAQUETE...QUEM NÃO GOSTA?

Todos os que fazem maquete, não importa se é uma daquelas maquetes enormes ou se é um pequeno oval para rodar uma composição básica, gostam de ter um túnel para simular os muitos túneis que existem em nossas ferrovias.

Nos túneis que faço uso basicamente o Isopor de alta densidade e para revesti-lo por dentro a Vermiculita, pedra expandida muito usada para proteção térmica e em floriculturas...

Nas fotos seguintes mostro como fiz isso, e ao lado de cada foto, a descrição de como cada etapa foi realizada.


1 – Na imagem o túnel já está recortado com estilete. Com o túnel virado com o corte para cima melhorei o arredondamento e fiz pequenas adições de isopor para acertar os locais onde o corte não ficou adequado.

2 – Depois que o recorte do túnel ficou pronto passei na parte interna uma grossa camada de cola PVA sem diluição. Nessa etapa não economize cola.




3 – Após passar a cola aplica-se a vermiculita em grande quantidade para que toda a cola fique bem coberta pelas pedras. Deixe secar por pelo menos seis horas


4 – A vermiculita é essa pedra expandida muito usada na construção civil para proteção térmica... Ela também é utilizada em floriculturas para enchimento de vasos..



5 – Quando a cola estiver bem seca retire o excesso de pedras. Nessa etapa, com um aerógrafo, pode-se dar um tom às pedras que combine com o resto das pedras que existe na maquete.






 
6 – Nessa foto vê-se como o túnel ficou por dentro e estando já fixado na maquete.




2ª ETAPA

A CONSTRUÇÃO DO TÚNEL POR FORA



7 – Para essa etapa eu uso papel Kraft, preguinhos, fita crepe e cola a quente.

A colocação do papel depende da sua criatividade e é importante nessa fase já ir fazendo as dobras que simulem as rachaduras e imperfeições da rocha.






8 – Depois que todo o relevo já está pronto eu começo a colocar a “atadura de gesso”, que é o material que os médicos usam para enfaixar partes do corpo vítimas de acidentes. É um material barato e muito fácil de usar. Basta recortar nos tamanhos adequados, molhar um segundo na água e aplicá-lo sobre a superfície a ser coberta. Aproveita a atadura para dar o formato das pedras, trincas, rachaduras, elevações e plataformas que facilitarão a confecção do relevo.




9 – Nessa etapa apliquei algumas pedras feitas de gesso, fiz a base do lago e iniciei a pintura básica utilizando atinta “green undercoar” C 1228 da Woodland Scenics.



10 – Nessa etapa as pedras já foram pintadas. Usei a técnica “leopardo” com tintas da Woodland. Fiz a base do lago e acrescentei pequenas pedras. Sobre a pintura básica aplique Blended Turf T49.



 

11 - Nessa etapa todas as árvores já estão colocadas e considerei o morro “pronto”.



12 – Uma visão do morro do lado oposto.



13 – E finalmente outro túnel feito com a mesma técnica. Este para o projeto Montanhas Rochosas.


Como perdi boa parte das fotos do processo construtivo, coloquei aqui as que consegui resgatar. Ficaram diversas lacunas mas se houver alguém interessado por algum detalhe que não aparece nessas imagens, por favor me contate via comentários ou pelo Facebook.



sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

ROCHAS SOBRE O MAR E PAISAGISMO


ROCHAS SOBRE O MAR E PAISAGISMO

A construção dessas rochas que avançam para o mar faz parte do projeto do porto para a VALENE. Essas rochas, à direta do porto, fazem par com o pequeno porto de pescadores que construí no lado esquerdo da maquete, funcionando ambas as construções como molduras para a paisagem.
A técnica construtiva é a seguinte:
1 - No canto direito do módulo fiz a base da rocha utilizando papel Kraft e papel de embrulho. A fixação foi feita com cola, grampos e fita crepe.
Importante: nesse momento já se deve dar os contornos que você precisará para as rochas. Isso melhorará o resultado final.


2 – Na segunda etapa apliquei 3 camadas de atadura gessada sobre os morros de papel. A atadura gessada aparece em destaque, e pode facilmente ser comprada em lojas que fornecem insumos médicos. É barata e dá um excelente resultado.


3 – Depois que a atadura gessada ficou completamente seca apliquei, com um pincel,  uma pasta de gesso sobre a atadura e sobre o gesso ainda mole coloquei pedaços de papel higiênico. Com as pontas das cerdas do pincel fui batendo sobre o papel para que ele se misturasse ao gesso e formasse essa superfície irregular que aparece na imagem...


4 - Quando o gesso secou, com um pincel bem macio apliquei a tinta Slate Grey diluída a 1:32 (Woodland C1219). Depois que a tinta secou apliquei verniz fosco da Corfix ref 70010 sobre toda a peça. Tendo secado o verniz apliquei uma nova camada de tinta, só que desta vez usei o Blac a 1:32 (Woodland C1220). Com a peça seca e usando uma lixa bem fina fui retirando as pontas da superfície rugosa, deixando aparecer o branco do gesso. Feito isso passei em algumas partes, aleatoriamente, uma camada bem fina de Yeloow Ochre a 1:32 (Woodland C1223) retirando os excessos de tinta. O resultado é o que se pode ver na foto.



PAISAGISMO

No meu projeto as rochas, além de servirem de moldura, seria um ponto onde os trabalhadores do porto e visitantes pudessem nelas subir e apreciar a paisagem. Por isso era importante construir os acessos às rochas.
Inicialmente aplainei diversos trechos com “concreto” utilizando massa de biscuit. Nas partes onde a rocha tinha mais declive coloquei pequenas escadas, que na verdade eram sobras de outros projetos e que estavam guardadas nas minhas gavetas. Pintei essa base com a cor concreto, escurecida com uma  leve pitada de preto.



MATERIAIS UTILIZADOS:

A parte mais difícil foi conseguir uma planta bem espinhosa que costuma crescer sobre as rochas. Desci ao litoral, tirei algumas fotos da vegetação e encaminhei para o Paulo José e para o Paulo Maurício do site Le Grand Train.
A foto seguinte é o registro do excelente material que o Paulo José me enviou, e que foi utilizada sobre as rochas. As fornecidas pelo Paulo Maurício serão montadas e aplicadas no porto dos pescadores.
Essa base comprida facilitou muito a fixação de cada unidade com cola PVA de secagem rápida na atadura gessada.




Na sequência risquei sobre as rochas os locais por onde circulariam os pedestres para facilitar a distribuição das plantas que seriam fixadas com cola.




Na sequência fui fixando pequenos tufos de capim Savannah Grass Mat da Busch (BH1317) intercalados com as moitas de espinhos fornecidas pelo Paulo José.
Utilizei também tufos de capim de 10 mm da Bachmann, (31044), além de moitas prontas em diversas cores da Noch , mescladas nas cores bege e verde (07004).
Como havia mais dois acessos difíceis sobre as rochas coloquei duas pequenas escadas facilitando a passagem dos pedestres.
A pequena poça - que aparece nas duas fotos abaixo - é resultante da água da chuva que se acumula sobre as rochas, e foi feita com Realistic Water da Woddland (C1211), levemente colorida com uma gota de corante azul claro.


Fiz a ligação entre o pátio do porto e as pedras com uma pequena elevação de concreto, executada conforme explicações já dadas no texto. Em ambos os lados coloquei os tufos de capim Savannah Grass Mat da Busch (BH1317).


Na parte mais elevada das rochas fixei duas pequenas árvores . Uma da Woodland “fine-leaf foliage – light green (ref WD1132 e outra que me foi doada por um ferromodelista num dos eventos e cujo nome não registrei para o agradecimento.
Observem que já delimitei com areia a área destinada aos pedestres...


Na foto abaixo dá para ver melhor a porção de rochas que recebeu os dois pequenos arbustos. Já devidamente cercados pelo capim e pelos espinheiros.


Na foto abaixo, na sua porção inferior,  utilizei uma pequena reentrância nas rochas para fazer a poça d’água. Incluí algumas pedras, e a partir delas inseri um pouco de vegetação, começando pelo Savannah Grass Mat da Busch (BH1317) e complementado por Green Adirondack Blend, da Scenic Express (ref EX897C).



ACABAMENTO FINAL
Daqui para a frente o meu trabalho foi pintar as escadas e acrescentar mais vegetação das já citadas no texto acima.
Os pés de espinheiros tiveram sua cor suavizadas, e as pontas das folhas envelhecidas. Algumas foram quebradas para simular o efeito do tempo sobre a vegetação.
As fotos a seguir mostram o resultado obtido.







Nessa última foto dá para perceber bem o trabalho de envelhecimento sobre os espinheiros, conferindo ao conjunto de vegetação um razoável realismo. As paredes de pedra, logo abaixo do capim, também receberam um leve escurecimento. 


Contatos com o autor podem ser feitos através desta página ou do Facebook: https://www.facebook.com/jose.balanfilho
Críticas, dúvidas ou sugestões serão sempre bem vindas.